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16/06/2009 / videcampos

a felicidade de Bandeira

 
 

Felicidade

 

 

A doce tarde morre. E tão mansa

Ela esmorece,

Tão lentamente no céu de prece,

Que assim parece, toda repouso,

Como um suspiro de extinto gozo

De uma profunda, longa esperança

Que, enfim cumprida, morre, descansa…

 

 

E enquanto a mansa tarde agoniza,

Por entre a névoa fria do mar

Toda a minh’alma foge na brisa:

Tenho vontade de me matar!

 

 

Oh, ter vontade de se matar…

Bem sei é cousa que não se diz.

Que mais a vida me pode dar?

Sou tão feliz!

 

 

  Vem, noite mansa…

 

 

(Manuel Bandeira em O Ritmo Dissoluto)

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